A tradição da arte dinamarquesa em papel continua através dela, mas com um toque fresco e contemporâneo que reflete a sua visão.
A paixão do criativo pelo corte de papel também está ligada à longa tradição dinamarquesa de trabalhar com papel. Historicamente, as comunidades rurais da Dinamarca utilizaram este meio como forma de expressão artística, utilizando o que estava disponível – papel e cor. Esta tradição da arte popular, exemplificada pelas famosas obras de Hans Christian Andersen, ressoou profundamente em Marianne. Representou um tipo de criatividade nascida da necessidade e da simplicidade. “Queria trabalhar com materiais mais próximos da natureza”, reflecte, alinhando-se com a prática centenária dinamarquesa de utilizar materiais humildes para criar beleza. Suas esculturas, embora modernas e vanguardistas, baseiam-se nesta rica herança cultural.
Um dos aspectos mais marcantes da obra de Marianne é a sua escala. Suas instalações são frequentemente monumentais, com flores enormes feitas de milhares de folhas de papel.
Estas esculturas de papel, inspiradas em flores da vida real, como peônias e dálias, preenchem salas inteiras quase explodindo do chão ao teto. O papel texturizado, torcido e vincado é moldado em formas florais fantásticas, com detalhes intrincados nos pistilos e estames que evocam realismo e capricho. As cores e padrões vibrantes que ela incorpora adicionam um elemento de fantasia às suas criações, transformando qualquer espaço em um exuberante jardim interno. Suas peças, muitas vezes encomendadas para exposições ou instalações de alto nível, desafiam a percepção do espectador sobre o papel como um material simples e cotidiano. Em vez disso, através das mãos do artista, o papel torna-se um meio poderoso capaz de criar ambientes imersivos em tamanho real.
Hoje, Marianne continua a ultrapassar os limites do que pode ser alcançado com o papel. Seu trabalho serve como um lembrete da beleza que pode ser criada a partir dos materiais mais simples quando movida pela paixão e por um compromisso inabalável com a originalidade. Através de suas mãos, o papel se transforma em mais do que arte – torna-se uma experiência.